04/10/21 por Cristina Viana em Artigos

Núcleos de inovação no Direito: quais os papéis?

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É cada vez mais comum o assunto inovação tomar conta da vida das pessoas. Afinal, o que é inovação?   Segundo o Manual de Oslo, a inovação tem a ver com a melhoria de produtos, bens ou serviços em suas características primordiais. Podemos concluir que inovação é fazer algo novo, criar alguma coisa que seja diferente do que se fazia antes, sobretudo com o uso da criatividade.

Muitos confundem inovação com tecnologia, mas nem sempre tais assuntos estão correlacionados. A tecnologia pode ser uma das ferramentas para implementar na inovação, o que não faz que uma não seja sinônimo da outra.

No mundo corporativo, há uma crescente busca pelo incentivo das equipes em pensar diferente através da educação voltada para a inovação. Para muitas empresas, permitir a seus colaboradores o contato com as ferramentas e as técnicas de desenvolvimento de processos inovadores, resulta em times que pensam no negócio com um outro olhar, transformando a organização e toda a sua relação com o mercado.

Dentro desse cenário, a inovação no campo jurídico vem ganhando destaque cada vez mais e a pandemia acelerou todo o processo.

Com os escritórios de advocacia tendo que se adaptar aos processos digitais, audiências e julgamentos online, e com a divulgação de metodologias que podem ser utilizadas no âmbito jurídico, a busca pela inovação entre os operadores do direito ganha gradativamente mais força.

A mudança, como percebemos, está sendo feita não só com de ferramentas, mas também pelas pessoas e equipes que têm acesso, cada vez mais, às novas formas de se trabalhar e entregar serviços de uma maneira diferente inovadora.

Essa transformação fez com que muitos escritórios e alguns setores do Poder Judiciário buscassem conhecimento além do técnico jurídico com a criação de núcleos de inovação.

Um exemplo disso está em Goiás, onde foi criado o INOVAJUS, que tem como missão “auxiliar a gestão do conhecimento dos diversos atores da justiça para a convergência de soluções que auxiliem o Poder Judiciário a alcançar seu objetivo.”

Na Justiça Federal do Rio Grande do Norte (RN), o juiz federal Marco Bruno Miranda Clementino criou o Laboratório de Inovação da Seção Judiciária, cujo projeto está selecionado como finalista do Prêmio de Inovação Judiciário Exponencial na edição 2021.

Muitas faculdades de Direito brasileiras estão criando seus próprios núcleos de inovação para instigar nos estudantes o pensamento criativo e a necessidade de entrega de serviços jurídicos mais acessíveis.

Matérias ligadas à inovação jurídica também estão sendo incluídas nas grades dos cursos de Direito, trazendo para o estudante a oportunidade de ter acesso ao conhecimento técnico não só de tecnologias, como também de ferramentas ligadas ao tema.

Emrich Leão Advogados também inovou 

Aqui na Emrich Leão Advogados criamos em agosto de 2021 nosso próprio núcleo de inovação, que recebeu o nome de Emrich Inova, e tem como objetivo disseminar o pensamento de inovação entre a equipe para entregar serviços com maior qualidade aos clientes e também para o time em si.

Os núcleos de inovação nos escritórios e também no Poder Judiciário têm como finalidade fomentar a busca de conhecimento de novas áreas que podem complementar e incrementar os trabalhos jurídicos.

Com o número cada vez maior de ações judiciais, o Judiciário teve que fazer drásticas adaptações na forma como entrega seus serviços aos cidadãos. Por outro lado, os escritórios também tiveram que se adaptar para entregar seus serviços de modo mais dinâmico para seus clientes.

Ferramentas e metodologias como o Design Thinking, metodologias ágeis, gestão de tarefas, protocolos eletrônicos, Visual Law e relatórios eletrônicos em tempo real não são assunto para nerds, são temas necessários para os operadores do Direito, seja pelos escritórios, seja pelos servidores do Judiciário.

A aplicação destes núcleos de forma cada vez maior permitirá aos clientes e usuários da Justiça uma maior acessibilidade a assuntos que nem sempre são de fácil compreensão. No geral, toda a sociedade sai ganhando.

Muito embora há uma falsa afirmação de que os advogados serão substituídos por máquinas, a realidade demostra que a área vem se adaptando à realidade de trabalhar em conjunto com ferramentas e metodologias que bebem da fonte da inovação.

As máquinas são, na verdade, nossas aliadas, trazendo uma outra forma de trabalhar. Os serviços de caráter repetitivo certamente serão exercidos por sistemas e máquinas, entretanto, o intelectual ainda prevalecerá.

Com a cultura da inovação, o acesso às novas tecnologias por parte dos escritórios e do Judiciário se torna menos traumático já que a educação continuada e a informação mais direcionada permitem aos profissionais habilidades que até então não estavam tão acostumados.

Negar a realidade em que estamos inseridos não é mais uma opção já que para entregar um serviço diferenciado e até mesmo para realizar atos que são do dia a dia do advogado, é necessário estar com a mentalidade voltada para o novo. O serviço jurídico em sua essência não mudou, mas a forma como ele pode ser entregue sofreu grandes transformações ao longo do tempo.

Os escritórios de advocacia que trazem a inovação jurídica como pauta da equipe certamente estarão mais preparados para o que estamos já vivenciando e também para não sentirem tanto as modificações inovadoras no Judiciário que estão cada vez mais em prática.

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